Equipe BAJA Inconfidentes representa Escola de Minas em competição Nacional
Fernando Lucas de Souza Ribeiro

No último final de semana, a equipe Inconfidentes Baja, idealizada pelos alunos da Engenharia Mecânica da Escola de Minas-UFOP, realizou o processo seletivo para admissão de novos integrantes. Entre os alunos inscritos, que passaram por várias etapas (prova de conhecimento, dinâmica de grupo e entrevista individual), 18 foram selecionados e, em breve, farão parte da equipe.
O que é a Equipe Inconfidentes Baja
Fundada em 2011, a equipe faz parte do programa BAJA SAE BRASIL, organizado pela SAE - Society of Automotive Engineers (Sociedade de Engenheiros de Mobilidade). O programa é um desafio lançado aos estudantes de engenharia para que apliquem na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, visando a incrementar sua preparação para o mercado de trabalho. Ao participar do programa Baja SAE, o aluno se envolve com um caso real de desenvolvimento de um veículo off road, desde sua concepção, projeto detalhado, construção e testes.
Os alunos que participam do Baja SAE BRASIL devem formar equipes que representarão a Instituição de Ensino Superior à qual estão ligados. Estas equipes são desafiadas anualmente a participar da competição, que reúne os estudantes e promove a avaliação comparativa dos projetos.
No Brasil, a prova nacional recebe o nome de Competição Baja SAE BRASIL e as regionais são nomeadas como Etapa Sul, Sudeste e Nordeste. As etapas da competição não são complementares e a equipe vencedora do Baja nacional ganha o direito de competir na etapa internacional da prova, nos Estados Unidos.
A Equipe Inconfidentes atualmente é composta por 15 membros efetivos e 18 trainees (os alunos que passaram pelo último processo seletivo), que estão divididos em subequipes de desenvolvimento. Os integrantes podem atuar nos seguintes setores: Administrativo, Elétrico, Estrutura/Aerodinâmica/Design, Freio, Motor/Transmissão, Suspensão/Direção. Com o auxílio de softwares de modelagem 3D e de simulação computacional, os alunos podem elaborar um veículo para atingir os melhores resultados possíveis nos testes que o carro enfrenta dentro da competição.
Na etapa nacional, existem dois tipos de teste do carro: avaliações estáticas e dinâmicas. Nas verificações estáticas, passam por teste a segurança, para definir se o veículo está apto a participar da competição sem oferecer riscos aos participantes; verificação do motor, de acordo com as especificações admitidas no regulamento, e avaliação do projeto por meio de análise de relatório previamente enviado e da apresentação oral do projeto.
Na etapa de Avaliações Dinâmicas, as equipes submetem seus projetos a observações de desempenho em diversas condições, para avaliar a aceleração, velocidade máxima, tração e suspensão. Além disso, ainda participam de um enduro de resistência com duração máxima de 4 horas.
O teste de Suspension and traction define o grid de largada do enduro e consiste em percorrer um traçado sinuoso com obstáculos, quando é testada a capacidade de manobras e tração do veículo. O percurso da prova pode conter curvas abertas e fechadas, subidas, descidas, inclinações, areia, lama, pedras, costelas, troncos de árvore, etc.
A aluna do 8º período de engenharia mecânica, Marcella Barbosa, faz parte da atual equipe há um ano e é a única mulher. Ela comenta que “os maiores desafios são basicamente encontrar pessoas motivadas, que se dediquem ao projeto, mesmo não tendo nenhum retorno financeiro, pois a maior recompensa é a experiência. Outro desafio é conseguir patrocinadores que possibilitem que nosso projeto seja completamente realizado”. Apesar dos desafios, ela diz que a equipe tem obtido bons resultados nas competições. Marcella conta ainda que os alunos recebem auxílio da Fundação Gorceix através de bolsas acadêmicas.
Segundo Marcella Barbosa, “da penúltima competição regional para a última, a nacional, pudemos perceber um grande avanço do nosso projeto, o que foi confirmado por uma classificação geral melhor. Nessa última competição, conseguimos 18 voltas no enduro, que é a prova mais esperada por todas as equipes. Ficamos em 20º lugar nessa prova, num total de 74 equipes”.
Quando perguntada sobre como é trabalhar num meio que ainda é ocupado por uma maioria expressiva de homens, a estudante diz que “Mesmo que ainda sejamos minoria, o mundo tem caminhado para uma maior valorização da mulher no mercado de trabalho, e eu, particularmente, fico muito feliz quando vejo que mulheres se interessam por participar do nosso processo seletivo, assim como um dia eu me interessei.”
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