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Personagens do universo feminino da EM-UFOP

  • Publicado: Terça, 08 de Março de 2016, 18h15
  • Última atualização em Quarta, 09 de Março de 2016, 10h12

Homenagem da Escola de Minas-UFOP às mulheres que também dão sua força ao crescimento da instituição

No Dia Internacional da Mulher, a Escola de Minas homenageia e agradece a contribuição de todas as mulheres, alunas, professoras e funcionárias que integram a comunidade acadêmica por meio das professoras Hanna Jordt Evangelista e Rovadávia Aline de Jesus Ribas. Ambas têm uma longa convivência com a Escola de Minas-UFOP, como estudantes e como membros do corpo docente. Nesta reportagem, elas falam sobre suas histórias e como é fazer parte de um ambiente tradicionalmente considerado masculino, como o das engenharias.

 Professora Hanna em seu trabalho na EM-UFOP. Foto: Divulgação

Hanna Jordt Evangelista

Hanna Jordt Evangelista (64) é professora do Departamento de Engenharia Geológica da Escola de Minas, aonde chegou, em 1971, como estudante, a única mulher em uma turma com mais de 60 alunos.

Natural da cidade de Juiz de Fora (MG), ela narra: “fui criada em fazenda e não queria uma profissão que me colocasse 8 horas diárias atrás de uma mesa. Queria algo com algum contato com a natureza. Então, decidi pela geologiaâ€. O pai deu todo o apoio, apesar da preocupação da mãe em deixar a filha ir para longe de casa. “Isso não me desanimou. Vim e gostei da cidade. Passei no vestibular na primeira tentativaâ€, lembra ela.

 Trote dos “bixos†do curso de Engenharia da Escola de Minas, março 1971 (Hanna de roupão preto). Foto: Divulgação

Ela conta que, na época de estudante, apesar de alguns professores a tratarem com muito cuidado, não sentiu tanta diferença em seu convívio no ambiente acadêmico por ser a única mulher. Aluna aplicada, logo se tornou monitora de sala e, nessa época, também passou a dar aulas de inglês. Concluiu a graduação em 1975 e, logo em seguida, em 1976, foi admitida como docente no curso de Engenharia Geológica da Escola de Minas.

Elaboração de relatório de mapeamento com os colegas do curso de Engenharia Geológica, no  Instituto Eschwege, Diamantina, 1974. Â  esquerda de Hanna encontra-se Marco Túlio, que veio a ser o seu marido em 1976. Foto: Divulgação

Sempre ativa e buscando ampliar seu horizonte, antes de vir para Ouro Preto, participou de um intercâmbio nos Estados Unidos de 1969 a 1970. Em 1984, tornou-se Doutora em Geologia e Petrologia pela UFOP e pela Universidade Técnica de Clausthal, na Alemanha.

 “Após 40 anos de docência, pretendo me aposentar em julho deste ano, quando então passarei a ter mais tempo para me dedicar, entre outras atividades, ao cultivo de orquídeas, que é meu hobby de longa dataâ€, relata a professora.

A grande dificuldade que Hanna aponta para conciliar o trabalho com a família, no caso da profissão de geóloga, “é ter de às vezes ficar longe de casa por longos períodos em trabalho de campo. É complicado para ambos os sexosâ€. A A Prof. Hanna ressalta que “a mulher sempre vai encontrar uma área que mais gosta para desenvolver o seu trabalho e se satisfazer profissionalmenteâ€.

Casada desde 1976 com o também geólogo e professor da Escola de Minas -UFOP Marco Túlio Ribeiro Evangelista, é mãe de dois filhos, Priscila e Henrique, e avó de Arthur.

 

Rovadávia Aline de Jesus Ribas

 Professora Rovadávia Ribas em seu local de trabalho na EM-UFOP. Foto: Andréa R. D. Silva

Sobre sua decisão de cursar Engenheira civil, a ouro-pretana Rovadávia Aline de Jesus Ribas (51) declara: “Meu pai, na época, estranhou minha opção pela engenharia civil. Ele achava que eu devia fazer um curso mais feminino. Mas respeitou minha escolha e hoje ele me admira pela disposição e me dá total apoio. Ele e minha mãe sempre me deram força para eu estudar, trabalhar e ter minha independênciaâ€.

O gosto pela engenharia civil veio da afinidade com a matemática e com a área da construção. Assim, em 1983, entrou para a Escola de Minas-UFOP, em uma turma com apenas três mulheres, bem diferente do que acontece hoje quando as turmas são mais mistas.

Em 1988, Róvia (como é conhecida) concluiu a graduação, atuando na área como engenheira autônoma durante quatro anos. Ela conta que não foi fácil, pois o país passava por dificuldades na área econômica e também nessa época chegou o primeiro filho. Para conciliar a maternidade com a profissão, o apoio do marido, da mãe e da irmã, que se revezavam nos cuidados com a criança, foi fundamental. Sobre conciliar as duas atividades, Róvia diz que ainda é uma dificuldade a ser enfrentada pelas mulheres. “Na hora de sair para o trabalho ou para estudar, é complicado não ter onde deixar os filhos. Por isso é essencial ter o apoio da famíliaâ€.

Róvia sempre enfrentou as dificuldades com garra. Em 1994, ingressou como técnica-administrativa da Escola de Minas, onde ficou por 20 anos. Atuou como secretária executiva no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e tutora no Centro de Educação Aberta e a Distância da UFOP. Enquanto isso, se especializava, fazendo o mestrado e depois o doutorado em engenharia civil, na área de construção metálica. Desde 2014, atua como professora no Departamento de Engenharia Civil da Escola de Minas e no Mestrado Profissional em Construção Metálica e se dedica à pesquisa em arquitetura da construção metálica na área de conforto humano e na análise térmica e acústica. “Gosto de dar aulas e me sinto realizada, pois consegui conciliar engenharia e ensinoâ€, comenta ela.

Casada, mãe de Sabir e Sávio, a professora ensina que “a mulher deve estudar e, por consequência, poderá se destacar naquilo que faz. Só estudando e trabalhando é que conseguimos igualdade. Só assim mostramos que a mulher é tão capaz quanto o homem.â€

 

 

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