Aperfeiçoamento internacional na base econômica
“Living Lab Biobased Brasil”
Caio Duarte e Ludmila Silveira
A Holanda e o Brasil se uniram em um programa chamado Living Lab Biobased Brasil, constituído por universidades, empresas e governos e que tem por objetivo internacionalizar ainda mais o ensino superior em ambos os países. O programa Living Lab visa ainda a capacitar os estudantes e professores por meio da mobilidade, estimular o desenvolvimento da inovação através da educação conjunta e realizar programas de pesquisa e desenvolvimento de outros projetos. O foco dos programas é a economia de base biológica na Holanda e no Brasil.
O Living Lab concentra-se em alguns temas principais, como os estágios de base biológica e/ou projetos de investigação aplicada de biobased. John Lin, estagiário da UFMG na Holanda, investiga o potencial de aplicação sustentável dos resíduos orgânicos, já que 85% deles são queimados. Sua pesquisa demonstra que 60% do lixo produzido é material orgânico, que pode ser transformado em fertilizante orgânico. Com base nos dados dos projetos e auxílio das empresas e universidades, o governo brasileiro acredita que pode minimizar os problemas de uma economia linear e desenvolver novas perspectivas mais sustentáveis.
Considerando as pesquisas e os dados obtidos nos projetos, pode-se concluir que o alto consumo de energia, de água e de recursos naturais, a produção em larga escala, o desperdício e a demanda atual por matéria-prima poderão gerar uma escassez mundial dos recursos naturais.
Uma solução para esse problema é a transição de uma economia linear para uma economia circular e de base biológica, na qual a biomassa seja utilizada na produção de materiais, produtos químicos, combustíveis e energia, em substituição aos recursos fósseis.
A Holanda e o Brasil desejam promover essa transição e, por isso, trabalham juntas no projeto Biobased Brasil.
O Living Lab Brasil trabalha com ciclos de uma pirâmide, cuja base é a mobilidade estudantil, e, com auxílio governamental, das empresas e também das Universidades, busca compartilhar conhecimentos e promover uma economia baseada em biocombustíveis.

Como participar
Cláudia Lima, graduada em Ciências Biológicas pela PUC Minas, mestre em Geoquímica pela UFOP e doutoranda em Ecotoxicologia na Vrieje Universiteit em Amsterdã, trabalha em um departamento que já desenvolveu um projeto dentro do programa Bio Based e se disponibilizou a ajudar com as informações necessárias aos estudantes brasileiros interessados em participar.
Ela explica que “cada universidade holandesa tem procedimentos diferentes e todas têm um departamento para auxiliar os estudantes internacionais (Internacional Office). Em algumas, o Internacional Office se encarrega do visto e moradia. Em outras, o estudante é o responsável por tais burocracias”
O primeiro passo, segundo ela, é entrar em contato com o pesquisador que vai ser referência do estudante e, depois de organizadas as questões da pesquisa ou paralelamente a isso, solicitar o contato do Internacional Office, que informará os procedimentos, facilitando o processo.
Outra questão importante é que na Holanda existe um déficit habitacional. Morar nas grandes cidades, como Amsterdã, é quase impossível devido à falta de ofertas de habitações e também ao valor do aluguel de um apartamento (em torno de €1.500,00), que pode ou não incluir água, luz, aquecimento, internet e condomínio. Normalmente, a universidade concede ao estudante uma carta, dando direitos a usar um workplace e os laboratórios, além de incluir as facilidades/serviços da instituição.
Os direitos, segundo ela, “são basicamente os mesmos do Brasil, com exceção de que aqui temos direito às férias. É de extrema importância a contratação de um seguro de saúde para entrar na Holanda, ainda que temporário e que seja trocado por outro seguro holandês.”
Referências: https://www.biobasedbrazil.org/
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